Sobre a peça


A história...

Próximo ao nascimento do menino Jesus, a estrela de Belém resolve descer à terra , sob a forma humana de uma menina,  para guiar os três reis magos em sua viagem ao encontro do Messias. No caminho,  o quarteto se depara com diversas situações e obstáculos, compondo uma história cheia de ação e aventura. Sem saber que a pequena “Mania” (nome dado pelos três reis) era uma estrela, eles são conduzidos por uma história cheia de aventuras, onde cada novo lugar visitado reserva surpresas.


A Proposta Cênica...

A viagem de três sábios para fazer cumprir uma profecia, perseguindo o sinal que vem dos céus e percorrendo uma longa distância  repleta de aventuras, por um deserto belo, mas impiedoso . Guiados por uma estrela que não entendia sua missão, até chegar tempos depois a um menino, que para eles  era a representação da esperança e da fé, transformadora do mundo.

Recontar uma história pertencente à antiguidade é sempre estabelecer um novo olhar sobre ela, jogando com sua narrativa, questionando-a, dando-a um lugar diferenciado em nosso imaginário. Deste modo, se conservam os mitos ao longo dos tempos, mantidos pela tradição que é reinventada pelos homens. Esta é a lógica do mito: como uma sombra do passado ele se projeta sobre o pano branco do presente, ganhando formas variadas e não deixando entrever a origem real de sua manifestação.

A narrativa de “A Grande Viagem” faz parte da gênese do Novo Testamento, que é por si só registro histórico, mitologia cristã/pagã e documento sagrado. Para contá-la só nos resta pesquisar textos e depoimentos da antropologia, da história e da teologia, e daí extrair elementos consistentes na construção da dramaturgia cênica. Jogar com esses documentos significa retomar a ludicidade do ato da descoberta, como se olhássemos pela primeira vez os personagens e as situações que protagonizam. 

Sendo assim, a encenação investiga o jogo do ator e suas possibilidades expressivas, para que tudo venha a reboque de sua intervenção no espaço. Como um grupo de nômades, ele montam os espaços de sua ficção, manipulando elementos cênicos simples: panos, varas, caixas, trouxas. Objetos ordinários, que ganham vida e significado a partir do movimento do ator.
O cenário é montado e desmontado aos olhos  do público, remodelado  de acordo com as necessidades da cena  e do espaço cênico que servirá de  suporte (praça, teatro italiano, quadra,  auditório, sala de aula etc). O espectador interage com a obra sabendo que é tudo simulacro, faz-de-conta,  o que o conecta à história que será representada, convidando-o a participar ativamente dela.

A viagem em busca da criança prometida, com a ajuda de uma estrela misteriosa, também é a metáfora da busca humana por sua infância perdida, por suas raízes, pela esperança, pela fé.

No interior do cenário móvel a atriz Nicolle Longobardi se prepara para subir de "Estrela" no cenário. Tudo desmontável e simples, para mobilizar o espaço e o imaginário do público.

A Proposta Pedagógica...

O espetáculo possui uma abordagem pedagógica interdisciplinar, na medida em que aborda direta ou indiretamente diversos temas ligados às ciências humanas e exatas, tais como:

- Aspectos da cultura oriental;
- A guerra pela posse do petróleo;
- A tolerância religiosa;
- Aspectos geográficos do oriente;
- Mitologia cristã X paganismo;
- A influência do oriente na matemática e na astronomia;
- As teorias sobre a criação do mundo e da espécie humana;
- O esgotamento e a preservação dos recursos naturais do planeta.

Acreditamos que, por conta das discussões que podem ser suscitadas pela cena, este não se trata apenas de um espetáculo feito para o período do Natal. Ele pode ser apresentado em qualquer época do ano, podendo ser melhor direcionado, de acordo com os interesses do público alvo.


Saló (Nicolle Longobardi), a personagem que remete à Salomé, figura histórica pertencente ao Novo Testamento. Em nossa peça, ela é cúmplice do Rei Erodes, ela  engana os  três reis , encaminhando-os ao seu castelo.







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